31.10.07


Meantime


Far away, far away,
Far away from here...
There is no worry after joy
Or away from fear
Far away from here.

Her lips were not very red,
Not her hair quite gold.
Her hands played with rings.
She did not let me hold
Her hands playing with gold.

She is something past,
Far away from pain.
Joy can touch her not, nor hope
Enter her domain,
Neither love in vain.

Perhaps at some day beyond
Shadows and light
She will think of me and make
All me a delight
All away from sight.

Fernando Pessoa, English Poems

26.10.07

Se não vens não faças que chegues. Se ficas não me deixes dizer adeus.

20.10.07

Hungary


Apart. From History.
Whisper just as close as the strength allows.
And please flow. Inside. Where veins are reflex of the picture you are to me.
Tomorrow, I won´t see. And I know I never met you before.

19.10.07

Szolnok, Hungria



Homens velhos de ares cansados e passos grandes. Foge a força de um tempo que já não é deles.
Mulheres velhas que não esquecem a juventude que já não é delas.
O olhar é sempre altivo. E sem sorrisos.
E muitos, mesmo muitos, sob a sombra de um Baco impronunciável esquecem as glórias bárbaras em que foram falsos heróis. E sempre derrotados. Atiram-se para uma esquina qualquer com melodias roucas do vento seco e esperam as brisas quentes de além.
Para eles já não há esperanças ou credos.
São gárgulas próprios de si atormentados pelas marés do Tirsza.
Os mais novos engolem as novidades do ocidente fazendo para si estes hábitos velhos. Herdam seus males sem terem provado o seu bem. Tudo aqui passa ao seu tempo.
Tentando recuperar o tempo prendido em estátuas que não lhes servem a memória. Porque ninguém é de lá nem de sítio nenhum.