6.7.05

menino...

Aquele menino. Eu não compreendo. não conheço a sua história.
Se aquele menino chora é pelas lágrimas que broto eu. Não te conheço menino.
As tuas histórias nao sei contar.
Reconheço um menino. Mas sem a candura. Reconheço um traquinas mas sem a meiguice da troca de cromos.
Vejo que não vejo porque não me deixas ver nada. Sei o que sei por ti.
E faço minha a dor que sei que carregas mas não sei qual é.
Não sei porque a carrego nem porque me faço carregar.
És um riso aberto e marcado.
Mas com essência triste que deixas esconder. Restando-me a adivinha.
Adivinho que nem tu saibas que confusão de seres tu és.
És um menino?
Se calhar és demasiado menino que tomo nos meus braços e não consigo largar.
Porque já não é sobre ti, menino. É por mim.
No fundo, menino, acho que te pese a condição social de não poderes ser menino.
Sê menino.
Não queiras ser adulto das coisas más.
Porque, menino, se lutas para não sentir deixas de ser menino. Se lutas para não sentir como um menino que és é-te mais difícil ser feliz. Feliz como já foste no tempo em que te deixavas ser o menino que és.

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