
Margarida sentada no café.
Espera pelo café que não vai provar.
Margarida veste uma saia comprida.
Espera por alguém que não vai aparecer.
Foi a última vez que Margarida esperou.
Margarida tenta ler o jornal
Falha nas palavras cruzadas.
Nunca gostou de as fazer, a Margarida.
Mas, não morreu.
A Margarida deixou de viver.Nesse dia, no café.
Enquanto esperava sentada com a saia comprida.
Correm as pétalas atrás da memória que se ouve da Margarida.
Estendida, choram as margaridas da saia comprida.
Avistaram-se lágrimas cansadas antes que caísse.
Disseram ao vento que as levasse.
Mas o sol não deixou o vento chorar.
Ficou-se, sem (M)argaridas.