23.2.07

Breve "poema" de um João cheio de pressa

O João entrou a correr naquela esquina manhosa. Meteu a culpa num bolso e correu correu muito.
Não te atrases. Não te distraias com nada. Não pares. Não pares. Não pares.

As pernas pareciam longas enquanto corria pela vida, corria pela vida, corria pela vida, descorria na via. Via não longa atrás da esquina manhosa. Com culpas no bolso e um rio vivo de suor no rosto. Corria.
Para não perder amanhãs, ontens desperdiçados e só podia correr de atraso para a vida que levou carregada de culpas presas ao bolso do casaco desalinhado das curvas da vida.

A esquina que afinal não era manhosa findou tanta correria. Não era manhosa, era honesta de fins de vida.



1 comentário:

Anónimo disse...

andaste em pinturas? ficou fresca e leve a tua casa. gostei muito. é um prazer vir cá. de certa forma, é a única maneira de te encontrar. uma beijoka.