30.1.06
one way
Copos partidos e o vento entrou depressa naquela garrafa. Que ficou tão esquecida quanto vazia.
Olhou para trás e não viu nada. As lágrimas ocuparam o lugar dos sorrisos.
A garrafa jazia. O copo partido pela surpresa que nem teve tempo de ser anunciada estragando a surpresa que a surpresa sempre causa. Restando os cacos dos copos.
É o adeus anunciado.
24.1.06
um suspiro
A sorrir eu pretendo
levar a vida
Pois chorando eu vi
a mocidade perdida
Finda a tempestade
O sol nascerá
Finda esta saudade
Hei de ter outro
alguém para amar
Elis Regina
by Cartola / Elton Medeiros
levar a vida
Pois chorando eu vi
a mocidade perdida
Finda a tempestade
O sol nascerá
Finda esta saudade
Hei de ter outro
alguém para amar
Elis Regina
by Cartola / Elton Medeiros
23.1.06
20.1.06
11.1.06
oração
A cada passo que dava sentia o estrangulamento. A traqueia já colada à faringe ou à laringe, distinções a parte.
Fecharia os olhos e de joelhos confessaria as suas mágoas ao homem simpático de veste católica. Sem lhe ver a cara e sem ser vista. Agradeceria o poder falar do sufoco no coração.
Mas os passos nunca se dirigiram para a casa de oração. Nunca sentiu o alívio de palavras soltas no cubículo de madeira rendada à pressa de algumas avé marias e pais nosso. E o mal ficou atravessado na garganta e algures entre aortas. Venosas e arteriais.
Como um espelho para onde recusa o olhar, bastando-lhe a dor que sente.
Nunca vai saber explicar. Como sabe explicar que bits são diferentes de bytes.
Porque o seu problema não é moral nem social. É da tristeza profunda que não tem forças para compreender.
O que a torna sonolenta de vida.
Um beijo de mim para ti, miúda.
Fecharia os olhos e de joelhos confessaria as suas mágoas ao homem simpático de veste católica. Sem lhe ver a cara e sem ser vista. Agradeceria o poder falar do sufoco no coração.
Mas os passos nunca se dirigiram para a casa de oração. Nunca sentiu o alívio de palavras soltas no cubículo de madeira rendada à pressa de algumas avé marias e pais nosso. E o mal ficou atravessado na garganta e algures entre aortas. Venosas e arteriais.
Como um espelho para onde recusa o olhar, bastando-lhe a dor que sente.
Nunca vai saber explicar. Como sabe explicar que bits são diferentes de bytes.
Porque o seu problema não é moral nem social. É da tristeza profunda que não tem forças para compreender.
O que a torna sonolenta de vida.
Um beijo de mim para ti, miúda.
6.1.06
Ano Novo...
O meu carro roubado há nove meses voltou a casa. Intacto. Uma vez mais, muito obrigada, Sr. ladrão.
Acho que este ano vai ser melhor qualquer coisinha....
Acho que este ano vai ser melhor qualquer coisinha....
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