17.3.06

Madrugada


Queria dizer-te que o teu mundo me fascina, ou o quanto me repele. Não compreendo sequer o porquê. Mas, posso fazer uma auto-análise à minha personalidade transviada e delirante. Quero acreditar que sei as razões, porque no fundo da minha loucura, o meu cérebro é racionalista e tem que dissecar os porquês, nunca dissociados dos valores mais inatos em que fui concebida e educada.

Porque sei e acredito.

Acredito que se um dia conseguissem adivinhar e perceber como sou chegariam à mesma conclusão científica e racional que explica, racional e cientificamente os meus porquês.

A conclusão será óbvia e curta.

Mas, decerto fica para outra vez. Porque me dá mais gozo falar com palavras que são o código dos meus segredos, mas são apenas delírios para quem as lê. É quase um conforto.

Quereria dizer-te que o meu mundo é estranho porque o faço. Estranho. Mas tão absurdamente simples, e para que ninguém o perceba complico! Ufa! Um alívio que é mentira mas, reconfortante.

Quereria dizer-te o quão é fácil apreciar a tua maneira de suspirar e o sorriso das tuas feromonas… Quereria dizer-te o quão fácil é ficar inspirada pelo teu jeitinho de adormecer. Dele, memória vã.

É um vento que sopra lá fora e quase desmaio. De uma infelicidade amargurada. Mas doce.

E a pose de anjinho, com um piscar no olho que faz a tentação do teu olhar ser diabólico.

E é chegar à conclusão que quando te apercebes que afinal já não compreendes o que se passa à tua volta e quase imediatamente essa linha de raciocínio tem que se transportar para o facto que também, e assim, afinal não te conheces. Oh, havia tanto que te queria dizer, mas não posso, porque não saberia como.


(Mais uma vez. Obrigada, Jorge.)

1 comentário:

Anónimo disse...

LUZ???

É tão lindo que quase me faz esquecer que tudo é verdade...mas é...

The "not so special one"!